«A mesa dos quatro abades, conta a sua existência já no século dezassete. Das freguesias de Calheiros, Cepões, Bárrio e Vilar do Monte, no mesmo dia combinado, saíam de cada uma das suas igrejas paroquiais em procissão penitencial em honra de S. Sebastião, pedindo protecção contra as três grandes calamidades da Humanidade: peste, fome e guerra.
A imagem do mártir era levada em cortejo religioso, percorrendo os marcos que limitam as respectivas freguesias. Juntavam-se todas no marco comum, que assinala o ponto de convergência das quatro (existem aqui uma mesa e quatro cadeiras de granito). Aqui os quatro abades, sentavam-se à mesma mesa, cada um no limite da sua própria paróquia. As pessoas ficavam um pouco retiradas nos terrenos à volta. Ali, os abades abordavam problemas locais de ordem vária, para os quais estudavam soluções. Por vezes, levantavam-se e iam junto dos paroquianos ouvir a sua opinião. Note-se que nesse tempo os párocos eram a autoridade máxima da freguesia.
À procissão, dava-se o nome de "procissão do Cerco" e existem ainda hoje, trechos do caminho que percorriam, chamado o "caminho do Cerco".
Interrompeu-se a tradição da "mesa", em que todos retemperavam as forças da caminhada com uma refeição em comum, não se sabe ao certo há quantos anos.
Em 1988 foi retomada a tradição, agora com as juntas de freguesia e sem a presença dos párocos, talvez por a administração local ter passado para o poder civil.
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